sexta-feira, 29 de junho de 2012

Pro Dia Nascer Feliz


 Assisti o documentário: "Pro dia Nascer Feliz"(2.007) de João Jardim e achei ótimo. Adoro filmes e documentários e como esse ilustra bem o tema Educação e Mudança Social, não podia deixar de comentá-lo.
A Sociologia reorienta a visão pedagógica, pois a sociedade é que determina a funcionalidade do ensino no núcleo social no qual o indivíduo está inserido. Por isso a necessidade de mudanças na estrutura social do país, suas políticas públicas e legislação.
O documentário começa com uma narração de cujas palavras ressalto a expressão: "Às vezes as pessoas realmente tem que deixar de lado aquilo que elas acreditam para se conservarem vivas". E prossegue com a leitura de um texto com manchetes e questionamentos acerca do futuro que a educação proporciona aos jovens, forjando indivíduos conscientes e autônomos, ressaltando a capacidade deles de votar e direcionar a política do país. Mas logo no início, vemos a antítese dessa ideia. A educação por si só isolada não é capaz de realizar tal.
Mas vou me ater apenas à educação e o contexto social ao comentar o documentário.
Durante todo o documentário, observei que tanto nas escolas de zona rural, urbanas, classe baixa ou alta, a estrutura física escolar era sempre a mesma, a disposição das cadeiras, o quadro-negro, as cores das salas, até a didática. Excetuando a escola de classe econômica alta, nas outras - e inclusive na qual estávamos reunidos(turma da faculdade) - até as janelas eram praticamente iguais, em modelo e dimensão. O que diferenciava as múltiplas realidades expostas eram outros fatores: obviamente os sócio-econômicos, e o desinteresse dos alunos, que leva a perda da motivação por parte dos professores.
Aqui é que está o X da questão: Porque os alunos não tem interesse? A maior distinção entre os alunos, na minha opnião, era a expectativa que seu meio e entes supriam a seu respeito. Ainda que isso não seja regra, mas é fator preponderante no sucesso do sistema educacional formal. Expectativa gera perspectiva.
O documentário, a meu ver, apresenta os pais de alunos de escola pública, de contextos mais pobres, como sujeitos nitidamente conformados em formar a classe proletária do país. O que salienta essa idéia é uma adolescente de Itaquaquecetuba retratada. Uma aluna bem sucedida na escola, que se formou no ensino médio, mas no ano seguinte, estava já vivendo uma vida sem perspectivas, trabalhando numa fabrica dobrando calças. Ela nem precisava estudar para se capacitar para o trabalho.
Em contrapartida, no Nordeste do País, vivendo sob extrema pobreza é que podemos extraír dois exemplos para nos ufanar: Clécia e Valéria.
A pequena Clécia de 13 anos descreve as mazelas da escola, destacando tanto o descaso dos alunos quanto a negligência dos professores, sua determinação e persistência apesar de, sua constância nas aulas e o crédito depositado no sistema institucional de educação. Este implícito em suas palavras: -“Eu venho. Porque vou ficar na rua ou em casa trancada assistindo televisão e aquelas coisas ´veia´ e ´suja´ que passa na televisão?! ´É mais melhor´ vir pra escola que eu estudo e aprendo”.
E em uma imagem, muito mal focada(motivo até de riso entre nós cursistas), a estudante procura um lugar pra se posicionar entre os familiares, sob o agressivo sol do sertão, mas à luz dos olhos orgulhos dos familiares e pai que em devaneias palavras diz: -“Ela é estudante, estuda, e tem muita vontade de estudar, se pudesse não parava(...) e eu tenho a maior vontade que ela estude pra se formar, pra crescer”.
O apoio familiar, e as expectativas que o meio em que ela vive alimenta sobre seu futuro é que a leva a contrariar as estatísticas. A exemplo disso, cito a aluna Valéria, um prodígio do sertão, que desabafa: -“aqui, a gente na maioria da vezes não tem nem chance de sonhar, aí a minha mãe”.
Fiquei boquiaberta quando ao pesquisar sobre a cidade dela – Manari -, descobri que o IDH de educação teve um crescimento de mais de 140% nos último dez anos¹. Não queria ver a situação lá antes disso!
E pra salientar outro aspecto importante abordado são as falhas na legislação. Por isso remeto às palavras frígidas da aluna que matou a colega a facadas: -“Não dá nada matar sendo ´de menor´. Três anos passa rápido(se referindo ao tempo estimado de pena para o menor infrator neste caso)”.Isso me leva a compreender que a legislação que rege a sociedade a inclina pra onde quer.
Outro exemplo da falibilidade da legislação é a permissividade e/ou omissão no tangente a displicência dos professores quanto à frequência citada por uma diretora, implicando impunidade.
Mas o que achei perfeito foi que nos momentos finais do documentário - englobando esses aspectos sociais, econômicos e legislacionais abordados - uma câmera panorâmica passeia no alto de uma metrópole retratando uma miríade de casas contíguas de uma favela em disparidade com os aglomerados de prédios e condomínios de luxo separados fisicamente apenas por uma via de trânsito aparentemente sem pavimentação, aludindo à realidade de que os contextos sócio-econômicos menos favorecido e os mais abastados se complementam dentro da sociedade como um todo. Enquanto essas imagens se apresentavam a nós, ouvimos as frívolas palavras de alguns alunos: -“Até os políticos ricos roubam. Eles roubam e não são presos. Eles roubam milhões e milhões. A gente ´pega um pequeno custo´, de menos de mil reais e é preso. Os próprios caras grandes lá, roubam. E ´nós` da sociedade que ´é´ minoria, não vamos roubar porque? E o pior é que todo mundo sabe que eles roubam. A criminalidade existe por causa deles mesmos, eles estão colhendo o que eles plantaram”. Ao final cada um fala sua idade, e pra nossa tristeza essas variam de 14 a 18 anos.
O glorioso final do documentário é confiado à aluna Valéria, com sua versão intertextualizada do poema Canção do Exílio, e às imagens pós-scripts das crianças de baixa renda do sertão nordestino recebendo humildemente o prato de merenda escolar da mão de uma professora, olhando ingenuamente, tímidos e desconfiados para as lentes da câmera.
O Futuro do país não está essencialmente na educação, mas sim das crianças, e o que os profissionais da educação, em parceria com os pais, políticos e sociedade no âmbito geral, podem fazer delas. Daí a importância das mudanças sociais e sua influência na educação.
E quanto ao dia nascer feliz, vai que um dia nasce...



Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.

¹Wikipédia -  Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manari - Acesso em: 15 de Setembro 2.011

Leia Também: Culto à Ignorância


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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Culto à Ignorância

 É profundo meu descontentamento com a educação sob o prisma capitalista(não necessariamente com o capitalismo em si) e o culto à ignorância que vivemos em nossos dias.
A televisão é denominada veículo de cultura democrático(levando em conta que a acepção para o termo aqui seria de “acesso igualitário de todos”). Não se pode negar que hoje, ela é acessível tanto a elite quanto aos proletários, muito menos que ela dita regras e valores à sociedade hodierna.  Mas dizer que ela veicula cultura me causa repulsa.
Falamos da TV pela acessibilidade, porém às mídias em geral se infere tal responsabilidade.
Entendendo a cultura como autonomia do indivíduo, produção e criação de valores e sistemas para que ele se estabeleça na sociedade, e sua ação efetiva nela, eu tenho que repudiar tal ideia.
A Mídia não é formadora de opinião, e sim massificadora dela. Ela assesta valores, estabelece padrões éticos, estéticos e morais, e difunde sua reprodução.
A ideia capitalista é justamente essa, através do domínio da opinião, inclina-se os povos para onde bem quiser, como bem defendido outrora por Bourdieu¹. Somente através da educação é que essas algemas são quebradas. Pois ela liberta o oprimido de seus algozes pela formação de senso crítico e analítico, instiga à independência, e o induz a estabelecer aferidores segundo seus próprios valores, ou seja, ela veicula a democracia.
Nos tempos da ditadura, a maior arma do povo era o conhecimento. Através do entendimento e crítica sob o sistema estabelecido, as pessoas não se submetiam às leis dominadoras e aniquilação da democracia. Essa é a pior guerra: Lutar contra o pensamento do povo.
O que se vê hoje é que as pessoas tem uma opinião em comum, que não é propriamente sua, e não tem argumento para fundamentá-la, nem contestá-la.
A reprodução social se tornou um rito na sociedade moderna que cultua a ignorância. Ao invés de entendermos a massificação da opinião como opressão da sociedade dominadora - pois ela é estendida aos pobres e indoutos -, entendemos que a cultura de elite, por ser privilégio de poucos, é separatista física e economicamente - não filosófica e intelectualmente -, e tal diferença gera do leigo para com o culto, discriminação. Associamos intelectualidade à riqueza e arrogância, e ignorância à simplicidade e humildade. Na falta de equilíbrio destas visões está o descontrole das relações de interdependência e autonomia, e assim a desestabilização da sociedade como conjunto e dos seus integrantes.
O que as mídias nos trazem não é a possibilidade de libertação da escravidão mental pela educação e cultura, mas sim o aprisionamento ao sistema hierárquico e propagação do sentimento anarquista, aniquilando a possibilidade de sujeição à ordem, e submetendo o povo ao sistema.
Uma confirmação do que proponho é a escassez de padrões gerais e diversidade excessiva de padrões específicos. Os padrões gerais a meu ver é o que regimenta a ação individual em relação ao coletivo e o próprio coletivo(padrão estético- belo/feio, moda, etiqueta, etc.). Já os padrões específicos são os pessoais, os valores próprios de cada um(tipos de relacionamento, sexualidade, modelo familiar, quantidade de filhos por casal, religião, etc.). Isso nos alude a inconstância por inconsistência.

Nenhum indivíduo é determinado em seu comportamento por seu contexto social, pois nenhum homem está alienado a ele, pelo contrário ele o transforma na medida em que é transformado por ele e vice-versa. Porém, a dominação nasce da subordinação a um governo, ou provedor de valores, e submeter-se às regras ditadas pelas Mídias sem um apurado e crítico crivo, reproduz seres alienados em série. E assim a ignorância é cultuada, por indivíduos que se curvam aos seus pés.
Tinha que ser a Mafalda mesmo...rs



Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.

  ¹Pierre Félix Bourdieu importante socólogo francês. Filósofo de formação. Chegou a docente na École de Sociologie du Collège de France. Desenvolveu, ao longo de sua vida, diversos trabalhos abordando a questão da dominação e é um dos autores mais lidos em todo o mundo nos campos da Antropologia e Sociologia, cuja contribuição alcança as mais variadas áreas do conhecimento humano, discutindo em sua obra temas como educação, cultura, literatura, arte, mídia, linguística e política. Também escreveu muito sobre a Sociologia da Sociologia.(Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bourdieu - Acesso em: 26 de Junho de 2.012 )



Leia Também: Pro Dia Nascer Feliz

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terça-feira, 19 de junho de 2012

Preconceito


Quando criança eu queria ser negra...

Quando pré-adolescente eu acabei me tornando morena...

Quando adolescente como desejei ser magra...

Quando jovem eu queria ser bonita...

Quando na primeira faculdade eu me esmerei pra ser inteligente...

Depois de casada sonhei ser mãe...


Negra por mais que eu queira eu nunca serei. Fui morena, ruiva, castanha, e percebei que estava remando contra a maré, que mulher não quer ser - ainda que parcialmente – loira? Poucas!


Emagreci, e apesar de me sentir feliz com o resultado, percebi que isso incomodava mais aos outros do que realmente a mim.


Aprendi que ser bonita não é só uma questão estética, mas abrange muito outros conceitos.


Quanto a ser inteligente... Bom, descobri que é uma graça para as feias! Pois  cada dia mais, as esteticamente belas adoram exibir seus diplomas de ignorância. Então os homens já associam mulher bonita a mulher burra.


Por um milagre divino realizei o sonho de ser mãe, e agora as pessoas olham pra mim e vêem como se fosse o fim, justificando: Ela é mãe!!!


E por fim concluo uma coisa: O CICLO SE REPETE! E está só começando...


O que é o preconceito, não?!

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
 Leia Também: Arrependimento

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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Vivendo com a Verdade que Experimentamos


Vivemos num sociedade inquieta e inconstante, ávida por transformações e reformas internas e externas. E que ironicamente acontecem.
O mundo tem uma cara nova todos os dias, basta ler um jornal ou revista, ou assistir ao noticiário e lá estará estampado seu rosto metamórfico.
Ainda que a cada dia seja lançado um novo estilo de roupa, uma moda diferente de calçados, um novo cosmético que camufle ou combata imperfeições que se deseja esconder, uma técnica inovadora de ter o cabelo dos sonhos, ou se crie uma nova técnica de cirurgia que amenize ou extingua características físicas indesejáveis, essa sede nunca será saciada. Ao contrário, ela só cresce a cada dia.
Vivemos a “era das ciências”, tais que se multiplicam a cada dia, na mesma medida que se multiplica a vaidade(vazio) humana. A ponto de mesmo o homem tendo conhecimento de que está destruindo a cada dia o mundo que o sustenta e suas propriedades que o mantêm vivo, ainda assim, esse processo se torna mais veloz e agressivo a cada dia.
Pedro e João, nos primórdios da igreja tem sua trajetória narrada em Atos. No início do capítulo 4, quando falavam ao povo, uma comissão de sacerdotes, saduceus e o capitão do templo os surpreendem e os prenderam. Em seguida eles são interrogados acerca do motivo ou mandante de seus atos. Pedro, intrépido e crédulo do quê, porquê e por quem discursava ao povo, respondeu veementemente pleno de seus argumentos. Ao ouvir então as palavras de Pedro, e considerando a situação e o dano que um pequeno ato poderia lhes causar, aqueles homens os ameaçaram ordenando que não mais falassem ou ensinassem em nome de Jesus. Pedro e João, tocados pela experiência que tiveram com Cristo, e mesmo sabendo que isso poderia lhes custar a vida, vorazmente responderam: “Pois nós não podemos deixar de falar das cousas que vimos e ouvimos”(At 4:20). E não acharia excessiva uma exclamação ao final da frase.
O doutor em Pedagogia Jorge Larossa Bondía, professor na Universidade de Barcelona, escreveu um que se pode chamar “tratado sobre a experiência”, e a definiu assim:
“A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, não o que toca”.
Ele defende a teoria de que muitas coisas acontecem ao nosso redor, mas pouco nos acontece. Segundo ele, Walter Benjamim, filosófo e sociólogo judeu alemão, em um texto celébre, já observara a pobreza de experiência que caracteriza nosso mundo.
As concepções do Dr. Larossa, não poderiam fazer tanto sentido quanto quando assestadas às palavras dos apóstolos Pedro e João citadas acima.
Entre os 5 mil convertidos, podemos crer que muitos já haviam ouvido Jesus falar, ou sabiam algo acerca do que ele fizera ou falara. Talvez a cura do coxo à porta do templo não era o primeiro milagre que alguns haviam testemunhado. Mas apesar de tantos sinais e maravilhas já manifestos, e as palavras dos apóstolos serem pra muitos redundantes, houve algo diferente para cada um naquela multidão naquele dia.
Alguém já dissera, não precisando exatamente suas palavras, que certas verdades após conhecidas, nunca mais podemos viver sem elas. E vou mais longe, se as negarmos, nunca mais poderemos “conviver” com elas. Pedro ilustrou isso, colocando sua cabeça a prêmio, não só assumindo suas palavras como as reafirmando e endossando com exortações sagazes. Para ele não importava morrer pelo que cria, pois havia sido tocado por aquela verdade. Havia vivido de fato uma experiência que transformara sua vida.  
Pedro e João mais do que “ver e ouvir”, viveram aquela experiência, foram tocados por ela. Eles passaram por uma transformação que se traduzia em seu caráter, sua forma de agir e principalmente na forma de amar as pessoas e enxergar o real valor da cada uma e se dar por elas, para que mesmo com sua morte, eles a alcançassem, vivessem a mesma experiência.
A “metamorfose” que eles viveram não os deixaram nem mais magros, nem mais gordos, nem mais fashion ou descolados, mas os tornou capazes de amar seu próximo a ponto de querer repartir com ele a alegria das boas novas de salvação, mesmo que o preço fosse alto. Pois não há quem realmente conheça a Cristo e seja por Ele tocado, que consiga viver só pra si, e que ainda sinta por dentro um vazio consumidor e que incansavelmente busque preenchê-lo com artifícios efêmeros.

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
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Leia Também: O Dia em que Deus Desistiu de Uma Criança


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