Não há maior insatisfação do que
fazer o que não se quer. Porém, não há maior humildade que fazê-lo com
satisfação, não pelo ato em si, mas pela submissão necessária.
Obedecer não é tão fácil como
possa parecer nessa lógica tão simples de palavras, mas submissão é ainda mais
difícil. Porém, a submissão em obediência traz à alma do cristão no mínimo paz.
No sermão da montanha, entre
tantas coisas que Jesus ensinou, ele não deixou de pregar a humildade,
longanimidade, mansidão, e até domínio próprio, através de princípios muito
simples.
Em Mateus 5: 41, Jesus
ensina: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas”. Para
nós, não tem muito sentido a figura de linguagem utilizada por Jesus se não
conhecermos seu significado.
Durante o Império Romano, que
havia conquistado grande parte do mundo conhecido daquela época, a lei romana
dava aos soldados o direito de recrutar um civil para andar uma milha(a milha
romana era de aproximadamente 1,5Km) carregando a mochila dele. Como a
Palestina era um território ocupado, sendo designado, todo judeu devia
obedecer.
Jesus ao falar aquelas palavras
aos que o ouviam, ao contrário do que se possa pensar, não estava apregoando a
covardia ou passividade, e sim a submissão advinda do fruto do Espírito Santo
em nossas vidas(Gálatas 5:22).
O autor de Hebreus, fala sobre a
experiência de Moisés na segunda milha. Sendo ele, criado no palácio de Faraó,
tinha o direito de usufruir de todas as regalias que um membro da família deste
poderia gozar, no entanto, não sendo Moisés egípcio e conhecendo o sofrimento
do seu povo sob o regime de escravidão, abdicou deles, preferindo ser maltratado a
usurfruir prazeres transitórios”(Hebreus 11:25).
Assim como os civis ao sentirem o
toque da lança dos soldados romanos, nós sentimos por diversas vezes, em
múltiplas situações distintas o chamado à obediência imposta, mas o que
realmente nos faz diferente é se submeter mesmo sem a lança no ombro, é
reconhecer a necessidade da segunda milha, da terceira, quarta...
Nas relações diversas, com os
pais, com os filhos, cônjuge, amigos, no ambiente de trabalho, na igreja, não
faltam momentos em que é necessário muito mais do que a primeira milha.
Precisamos reconhecer esses momentos, saber a hora certa de ceder, de nos
calarmos, de nos aquietarmos, ou o que for necessário, “considerando os outros
superiores a nós”(Filipenses 2:3), tendo por certo que muito maior
galardão iremos receber(Hebreus 11:26).
No livro e posteriormente filme:
Refúgio secreto, Corrie Ten Boom, uma holandesa cristã, não judia, conta a sua própria
história e de sua família, que acabam sendo presos por abrigar judeus em sua
casa durante a invasão nazista na Holanda. Corrie e sua irmã Betsie são levadas
juntas para um campo de concentração de judeus, onde se submetem a terríveis
abusos e sofrimentos. Corrie apesar de andar a primeira milha, não conseguia ir
além, mas sua irmã Betsie andou tantas quantas possíveis, porque conseguiu ver
o propósito do Senhor em cada passo que dava, e assim ensinar a outros. Assim
como Moisés, Betsie, “permaneceu firme como quem vê aquele que é
invisível”(Hebreus 11:27), e
por isso conseguiu e se alegrar diante do sofrimento que vivia.
A obediência a Deus traz alegria(João
15:10-11), e que alegres possamos nos submeter a caminhar a segunda
milha, pois andar a primeira milha é
se submeter à uma situação imposta, mas andar a segunda milha é ir e ver além,
é ser servo, é se submeter ao indesejado para receber o necessário.
Então ao toque da lança no ombro:
Boa caminhada para você!
Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a
fonte, exceções conceituam-se plágio.
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Obrigada!
Ótimo texto amiga.
ResponderExcluirBom ver vc nos lembrando que a obediência cínica às palavras de Jesus não produzem paz. Fazer o que Ele mandou é bem diferente de viver o que Ele viveu.
Deus e abençoe sempre.
;)
Amém!
ResponderExcluirObrigada Amigo!
Abraços