A filosofia grega em seus
primórdios foi influenciadora do pensamento ocidental. Em termos práticos
podemos pensar na gênese da filosofia em seu afã de desvincular o conhecimento
de sua origem mítica.
Por que não crer então que esse
afã era um dos mesmos sentimentos que movia São Tomás de Aquino ao propor a
escolástica como meio de associar a fé à razão? Por que não entender que a fé,
até então “assistemática”, não era uma tentativa de não regredir à ideia de
Pitágoras de que o conhecimento pleno pertence aos deuses? Seria esse temor o
quê impulsionava Aquino ou a intenção real de fundamentar a fé racionalmente?
Fosse qual fosse sua intenção, o
que sabemos é que através de influências filosóficas, a Teologia de Aquino, que
foi discutida, contestada, reformulada e em alguns aspectos até superada,
conseguiu associar a fé à razão, mostrando que mesmo que vivamos num mundo
natural, há aspectos incognoscíveis em sua realidade, mas que mesmo crendo que
a fé é compreendida através “também” de uma lógica racional, muitas vezes foge
a compreensão humana o discernimento do que é possível explicar pela fé tão
somente - sem uma possibilidade de um raciocínio lógico – e quando essa fé é
fundamenta numa explicação racional compreensível.
Séculos mais tarde, Marx,
afirmava que a religião era o ópio do povo. Fosse ou não seu intuito polemizar
ou ridicularizar a fé, sua máxima relembrava o que na filosofia grega em sua
gênese, essa inferia aos deuses os conhecimentos não compreendidos ainda à sua
razão. A ignorância humana se acomodava na fé, crendo equivocadamente que a
dispensa da compreensão racional fazia descansar o espírito humano das mazelas
do mundo contemporâneo. A religião era o anestésico para o sofrimento e a justificativa
para ignorância. Distando quilometricamente dos fundamentos concebidos por
Aquino.
Aquino viveu há tantos anos já, e
talvez o próprio Marx também agradeceria por não estar vivo hoje pra ver como o
ópio se disseminou no mundo, ou então pra dizer que suas palavras nunca fizeram
tanto sentido como agora.
A religião que vivemos hoje é
“emocionalista”. Muitas igrejas hoje mais parecem circos. E o que dizer das
atrações então? É sustentada a fé totalmente destituída de razão e da
necessidade dela. As pessoas apenas creem por crer e não importam mais os
porquês. Obviamente à compreensão humana vagarão sentidos muitas vezes para as
maravilhas operadas por Deus, mas a nossa fé não é um salto no escuro, isso é
apenas confiança.
A ciência nunca conseguirá
explicar, nem sequer entender Deus, e paradoxalmente quanto mais descobertas os
cientistas fazem, mais mistérios percebem que existe. Basta pra nós explicações
que fundamentem nossa fé e fé para compreender que a Deus pertencem os
mistérios que excedem nosso conhecimento.
É justamente pela ignorância que
padecemos que essas “tais igrejas” lotam. E como dopadas pelo ópio, as pessoas
ali choram, sorriem, pulam, gritam, mas cessado seu efeito, antes mesmo de
deixarem esses templos, nem sabem o que as comoveram tanto, provocando a
overdose de sentimentos. E definham cada vez com em seus problemas e fomentam
sua decadência, inclusive intelectual. Do tronco não passam os efeitos da
euforia. Então que mudanças ou benefícios trará para a própria vida e ao mundo?
A verdadeira religião é aquela
que religa o homem a Deus. Que o transforma e consequentemente surti efeitos
para os que estão ao seu redor e no mundo em que ele vive. Ela comove também
sim, mas ultrapassa o tronco, chegando ao cérebro humano. E a verdade revelada
produz reflexão contínua, porque ela não fica no templo onde é pregada, mas vai
pra casa com aquele que a ouviu, e o incomoda a segui-la, mesmo passados tempos
que a recebeu.
Fé e Razão podem caminhar juntar,
e sem a privação de sentimentos, mas a busca de emoções e o sensacionalismo
aflorado nas igrejas que vemos hoje é apenas uma versão moderna e formatada do
que Marx chamaria de novo de ópio...
“Ópio
- é um suco espesso que se extrai
dos frutos imaturos de várias espécies de papoilas soníferas, e que é utilizada
como narcótico. O uso do ópio mascado ou fumado, que se espalhou no Oriente
provoca euforia, seguida de um sono onírico; o uso repetido conduz ao hábito, à
dependência química.A medicina o utiliza, assim como os como sonífero
analgésico”.(Fonte: Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93pio – Acesso
em: 18/10/2012)
Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
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