No capítulo 4
do Evangelho de João, o apóstolo narra um lindo fato: o encontro da mulher
samaritana com Jesus. Isso mesmo, o encontro dela com Jesus e não Jesus com
ela. Pois para ele não faria a menor diferença que aquela mulher passasse por
sua vida, mas para ela seria um marco para um novo começo.
Havia entre
Judeus e Samaritanos uma rivalidade histórica a ponto dos Judeus traçarem suas
rotas atravessando o Rio Jordão para se desviarem de Samaria.
Diferentemente
de seu povo, Jesus, ao partir para Galiléia não hesitou passar por Samaria, e
mais, cansado, se deteve justamente neste trecho do caminho, na fonte de Jacó,
venerado por ambos os povos.
Indo além,
desconsiderando a rixa existente entre seu povo e os Samaritanos, Jesus,
encontrando uma nativa, pediu-lhe água. E hostilmente ela lhe indaga o pedido,
visto a origem de ambos. Mas Jesus se apresentou àquela mulher como quem era,
estando muito além de qualquer naturalidade ou rivalidade: “Se conheceras o dom de Deus e
quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água
viva”(João 4:10).
Realmente aquela
mulher não conhecia Jesus. Não apenas porque era a primeira vez que o via, mas
porque apesar de aguardar pelo Messias, não o reconhecera como tal.
A samaritana
não compreendeu o que Jesus falava e o questionou, então o ouviu dizer: “Quem
beber desta água tornará a ter sede, aquele, porém, que beber da água que eu
lhe der, nunca mais terá sede”(João 4:13-14).
Mais uma vez
sem entender o significado das palavras de Jesus, na sua ignorância, a mulher a
Jesus que lhe desse dessa água para lhe poupar de ir ao poço todos os dias. E
Jesus lhe mandou: “Vai chama teu marido e vem cá”(João 4:16).
Análoga, sua
resposta lhe traria entendimento: “Não tenho marido”(João 4:17). Foi então
que Jesus lhe falou: “Bem disseste(...),
porque tiveste cinco, e esse que tens agora não é teu marido”(João 4:17-18).
O diálogo de
Jesus com a mulher samaritana, nessa primeira parte, nos traz uma mensagem
maravilhosa que nos leva à reflexão sobre nossa ignorância, nossas prioridades
e inconstâncias.
Talvez nos
julguemos muito melhores que a samaritana, ou mais dignos, porque conhecemos a
Jesus e Dele somos conhecidos, porque temos uma vida apresentável diante da
sociedade, seguimos suas regras e nos encaixamos dentro delas. Isso tudo é
importante, pois conhecendo a palavra de Deus, fazer tais coisas é mais do que
obrigação, no entanto o que deve nos diferenciar da mulher samaritana é
reconhecer a Jesus no encontro com ele, priorizar o que o glorifica, e nos
manter firmes no caminho que Deus deseja que sigamos apesar dos pesares.
Deus colocou
a eternidade no coração do homem(Eclesiastes 3:11), e por isso
estamos sempre buscando alguma coisa, e isso é salutar mental e até
fisicamente, porém a prioridade da nossa busca deve ser vertical: Buscar ao
Senhor e serví-lo antes de qualquer coisa, ainda que nosso coração deseje
outras coisas.
A fusão de um
coração vazio(sem Jesus) e uma mente cheia pode ser catastrófica. Talvez a
mulher samaritana já estivesse no quinto relacionamento conjugal motivada por
essa busca que não se sacia com nada que seja efêmero. É como encher um saco
sem fundo: ele nunca enche!
No Livro O Pequeno
Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry, num diálogo entre os dois personagens
principais, o autor descreve um pouco dessa busca infinda:
- Tenho sede dessa água, disse o principezinho.
Dá-me de beber...
E eu compreendi o que ele havia buscado!
Levantei-lhe o balde até a boca. Ele bebeu, de olhos
fechados. Era doce como uma festa. Essa água era muito mais que um alimento.
Nascera da caminhada sob as estrelas, do canto da roldana, do esforço do meu
braço. Era boa para o coração, como um presente. Quando eu era pequeno, todo o
esplendor do presente de Natal estava também na luz da árvore, na música da
missa de meia noite, na doçura dos risos...
- Os homens do teu planeta, disse o principezinho,
cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim... E não encontram o que procuram...
- Não encontram, respondi...
- E, no entanto o que eles buscam poderia ser achado
numa só rosa, ou num pouquinho d'água...
Nós estaremos
sempre buscando mais, material e emocionalmente, porque queremos um emprego
melhor, uma casa melhor, mais graduações, felicidade no casamento, um melhor
relacionamento com os filhos, e isso não é pecado, desde que o nosso coração não
se encha só dessas coisas, senão continuará vazio. É como a água que mata a
sede ou a comida que sacie a fome mas não impedem que elas voltem.
Que
compreendamos que a água que Jesus nos oferece sacia-nos espiritualmente e
preenche todo vazio que nada mais pode preencher. Bebamos!
Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
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Obrigada!
Muito bom este post minha amiga, nos leva a refletir com certeza se estamos cheios do Espirito de Deus ou não...
ResponderExcluirObrigada Patrícia!
ExcluirOi Brunna
ResponderExcluirEu vi seu comentário no blog da nossa amiga Patricia, e vim conferir seu blog. Fiquei além de maravilhada, edificada. Foi uma palavra "rema". Já estou te seguindo. Que Deus continue te usando cada vez mais.
Bjos. Fique com Deus!
Obrigada pela visita Luciana!
ExcluirAbraços
que Deus continue te abençoando Bruna...linda a mensagem...parabens !!
ResponderExcluirObrigada Cildinha!
ExcluirPara refletir é ótimo ler esse post
ResponderExcluirvc é uma pessoa abençoada, que Deus
te ilumine sempre, eu gostei
me fez bem
Abraços de um bom feriado
Bjuss
Rita!!!
Obrigada Rita! Fico feliz!
ResponderExcluirAbraços