quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Amor sem Hipocrisia

Escrevendo aos Romanos, no capítulo 12, a partir do versículo 9, Paulo, servo de Deus, escreve aos irmãos sobre as virtudes que como servos do Senhor devemos ter por amor ao nosso próximo.
O texto é lindo e completo, e deve servir como norteador da nossa comunhão com os irmãos. Há alguns trechos que acredito ser necessário sempre relembrarmos.
Paulo começa dizendo aos romanos: “Detestai o mal, apegando-vos ao bem”(Romanos 12:9). O homem que fora preso, julgado por muitos e por vezes desacreditado até por seus irmãos em Cristo, pôde falar com propriedade sobre isso: Apegar-se ao bem. Se Paulo se detivesse em pensar os males que lhe foram causados, poderia até se sentir justificado a retribuí-los. Contudo, Paulo não se esquecera da lei de Deus dada a Moisés, que muito bem conhecia, e que mais tarde fora relembrada por Jesus numa versão sucinta: “Amarás ao Senhor Teu Deus e Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”(Mateus 22:37-39). Por isso, Paulo se ateve a amar, mesmo aqueles que lhe fizessem mal.
O apóstolo continua suas recomendações lembrando o cuidado que devemos ter com os outros, orientando: “Não sejais remissos”(Romanos 12:11). Realmente a intenção de Paulo era lembrar que o cuidado com os irmãos é um dever de todos os servos do Senhor, e que não devemos ser negligentes ou indispostos para fazê-lo, no entanto, o zelo diz respeito a muito mais do que suprir as necessidades do outro, é também agir na hora correta, a prontidão do socorro, a palavra dura quando necessário, a branda que acalma, a exortação amorosa, enfim, é assistir o outro em suas carências integralmente.
No versículo 15, o apóstolo Paulo escreve:Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram”(Romanos 12:15). De todas as coisas que Paulo escreve aqui, talvez essa seja a mais difícil, porque nos preocupamos tanto conosco mesmo que a alegria e dor dos outros, são só problema dos outros, e somos indiferentes.
Para entender o que Paulo fala, um conceito muito pertinente é a empatia. Para a psicologia, a empatia é :
“processo de identificação em que o indivíduo se coloca no lugar do outro e, com base em suas próprias suposições ou impressões, tenta compreender o comportamento do outro”.

já para a sociologia é:
“ de cognição do eu social mediante três aptidões: para se ver do ponto de vista de outrem, para ver os outros do ponto de vista de outrem ou para ver os outros do ponto de vista deles mesmos”.

            Ambos os conceitos se complementam, porém o conceito sociológico traz uma visão mais ampla e remete à reciprocação. Para compartilhar do sentimento do outro, eu necessito me ver do ponto de vista do outro, ver o outro como os outros o veem, e vê-lo do seu próprio ponto de vista, porque eu não posso compartilhar sentimento algum sem ser realmente tocado pelo que toca meu irmão. 
          Tragédias e desgraças são fatos tão rotineiros que assistimos com a mesma comoção de uma notíci. Somos muitas vezes tomados simplesmente por compaixão, pena.
          E se é difícil compatilhar da dor do outro, ouso dizer que se satisfazer com a alegria alheia talvez seja ainda mais difícil, pois comumente somos afetados por inveja, ciúme, ambição, desprezo, e tantos outros sentimentos desprezíveis que nossa reação imediata e contínua é procurar entender porque não fomos nós os comtemplados com tal graça.
Improvável que admitamos, até para nós mesmos, mas é tão comum sentirmos alegria por não sofrermos a dor que vemos sofrer o outro, e sentirmos tristeza por não desfrutarmos a mesma alegria que sente o outro.
John Ray, padre anglicano e naturalista inglês, disse que “Alegria compartilhada é alegria dobrada”, enquanto há um ditado sueco que diz: “Alegria compartilhada é alegria em dobro, dor compartilhada é meia dor”. Mas Infelizmente, normalmente o que sentimos é por outros e não com os outros e assim, por vezes, as pessoas são coisas e as coisas são pessoas.
A verdade é que o trecho do discurso de Paulo que escolhi começa assim: “O amor seja sem hipocrisia”(Romanos 12:9). Paulo sabia que falaria de coisas difíceis de serem praticadas, mesmo que necessário, mas esse é o conselho maior, pois podemos fazer politicamente tudo que ele escreveu aos Romanos nesse trecho da carta, e até no restante da Bíblia, porém, além de não ter sentido, não haverá esteio para que prossigamos, pois só o amor sem fingimento, com todas suas nuances de angústia, raiva, tristeza, e outros sentimentos que o compõem, nós fará permanecer no propósito de zelar firmemente por nosso próximo.
Que Deus nos dê amor pelo nosso próximo. E que meu amor por você não seja hipócrita, nem o seu por mim tampouco.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente. 
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

 
(Trecho do poema Autopsicografia de Fernando Pessoa)

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral

  Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.

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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Esperando pelas Promessas


Eu não sou daquelas que acreditam nas promessas de Deus como fio de vida, como dizem que quem tem promessa não morre, ou que não morrermos sem ver o cumprimento das promessas de Deus em nossa vida(Hebreus 11:39-40), e por aí vai. Mas isso é outro assunto...

Na verdade quero destacar um homem de Deus que viveu seus dias renovando suas forças diariamente na promessa que Deus lhe fizera: Calebe.

A Bíblia conta que quando Moisés conduzia pelo deserto o povo de Israel que saíra do cativeiro egípcio, ele enviou doze espias à terra de Canaã, entre eles: Josué e Calebe. Ao final de quarenta dias, estes homens voltaram para dar o relatório à Moisés, Arão e todo o povo de Israel que se encontrara ali. Os espias confirmaram a palavra de Deus dita à Moisés: a terra mana leite e mel. Porém o povo acrescentou que viu ali um povo poderoso, cidades fortificadas e gigantes, e concluíram que aquela era uma terra que consumia seus moradores(Números 13:25-33).

O relatório dos espias trouxe para o povo grande choro, tristeza e gerou muitas murmurações, pois ao invés de atentarem para o fato de que a terra era realmente como Deus dissera, o povo se ateve às dificuldades que os espias viram nela. Por causa da revolta do povo, Deus os castigou, prometendo que nenhum deles - aqueles que o desprezaram - veria a terra prometida, mas que Calebe, por sua perseverança, a possuiria e também seus descendentes(Números 14:23-24).

Daí em diante muita coisa aconteceu. O povo se rebelou, Deus os castigou, batalhas vieram, Miriã morreu, depois Arão, e mais tarde Moisés também, então um substituto tomou a liderança sobre o povo: Josué, um dos espias.

Muitos anos já haviam se passado – quarenta e cinco para ser exata - e Calebe, assim como Josué, eram os mais velhos entre o povo, já que Deus cumprira sua promessa de não permitir que o povo rebelde que duvidou da promessa entrasse na terra(todos com mais de vinte anos – Números 14:29). E a Bíblia diz que Josué não deixou de cumprir uma só palavra que o Senhor ordenara a Moisés(Josué 11:15), e quando Josué adentrou a terra prometida e distribuiu suas porções ao povo, lá estava ele: Calebe, que se auto descreve: “Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a ela como para o combate”(Josué 14:11).

Calebe, do que haveria de receber, foi ousado e temente em sua escolha, e pediu Hebrom, território que ainda não havia sido conquistado e onde se encontrava os enaquins(povo de alta estatura).

Quando Calebe saiu a espiar a terra, ele já não era um jovem moço(tinha quarenta anos), imagine então com oitenta e cinco. E Calebe é quem diz: E agora eis que o SENHOR me conservou em vida” (Josué 14:10).

Com certeza, a confiança e esperança de Calebe na promessa que o Senhor lhe fizera, renovava suas forças e lhe dava ânimo todos os dias, por causa da fé que ele tinha e da certeza do cumprimento.

Todos nós temos promessas de Deus para nossas vidas, a Bíblia está repleta delas, e alguns creem em promessas pessoais de Deus para suas vidas, porém não importa o tipo de promessa na qual cremos, o importante é que assim como foi com Josué, as promessas de Deus devem nos trazer alegria, vida e ânimo. Nossa esperança tem que se renovar e nos trazer renovo a cada dia, mesmo que muito tempo de espera se passe, mesmo que adversidades mil sobrevenham, mesmo que as possibilidades se apresentem muito remotas, pois como pode nossa fé ser movida por desânimo e desalento? Ou como pode nossa esperança nos trazer angústia e tristeza?

Que assim como foi com Josué, que as promessas de Deus para nossas vidas, nos tragam vigor e alegria, e que nunca nos falte esperança, não importa quão longa seja nossa espera.

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ainda bem que Deus se esquece...



Quem, na caminhada cristã, alguma vez não se sentiu compelido a desanimar por culpa ou acusações alheias?
Conversão significa exatamente a transformação de uma coisa em outra, não importa em que contexto se aplique o termo. Então quando nos convertemos a Cristo, somos transformados, como Paulo escreveu aos coríntios: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”(2 Coríntios 5:17).
É maravilhoso pensar que tudo que fomos ou fizemos ficou para trás, e realmente há coisas que nos envergonhamos de apenas lembrar. Mas é bem verdade que podemos nem pensar nessas coisas, mas que as pessoas, em sua grande maioria se lembrarão sempre delas. Algumas, num comparativo, concluirão que fomos realmente transformados por Cristo, porém, há outras que nunca acreditarão na nossa conversão verdadeira por causa do que já fomos ou fizemos, e sempre nos acusarão por isto.
Em Romanos 7, Paulo descreve sua luta com o pecado e a condenação que a lei  nos traz, e como a mesma lei nos liberta da ignorância do pecado. É por causa da lei que reconhecemos que o quê outrora fizemos é pecado, e é por causa dessa mesma lei - que agora em Cristo -, habita em nós, é que nos guiamos para fazer a vontade de Deus. Portanto, a lei que nos orienta e nos condena pelo pecado, também nos instrui para que sigamos lutando contra o pecado. Essa é a nossa liberdade: a libertação da ignorância.
O Paulo, convertido a Cristo Jesus no caminho de Damasco, teve que conviver com aqueles que duvidavam de sua conversão(Atos 9:26),  e com aqueles que insistiam em lembrar o que ele fizera(Atos 9:26), e podemos estar certos de que o próprio Satanás também o acusava. Mas encontrando a cruz, Paulo é iluminado pela verdade de Cristo, a qual escreve aos Romanos: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”(Romanos 8:1).
Quando nos arrependemos de nossos pecados e confessamos ao Senhor, e não andamos mais segundo a carne, mas segundo o Espírito, nos livramos do jugo do pecado que carregávamos. Porém se ainda sentimos culpa, não quer dizer que não recebemos o perdão de Deus. É o peso da culpa, mesmo pelo pecado confessado que nos traz tristeza e desânimo, ademais uma dor imensa.
A Bíblia fala que Satanás é nosso acusador, e que nos acusa dia e noite(Apocalipse 12:10), portanto, sabendo nós, não podemos nos entregar a culpa, pois a Bíblia diz: "Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro"(Isaías 43:2).
Então se já não carregamos mais o fardo do pecado, porque levarmos o peso da culpa?
Liberte-se, caso seja consumido por culpa. Lembre-se do perdão de Cristo, e como João nos escreve: Vença as acusações de Satanás pelo sangue do cordeiro e através de seu testemunho!(Apocalipse 12:11)

“Esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus(Filipenses 3:13-14)”.
 

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral

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Leia Também: Vazio ou Cheio Demais?


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