quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Silêncio: Remédio ou Veneno ?


“A morte e a vida estão no poder da língua”(Provérbios 18:21)

Num momento de decepção, quando a dor que sentimos é tão grande que parece não caber no peito, precisamos extravasar o que estamos sentindo. Queremos falar, e nem importa quem nos ouve. Se sofremos por tanto tempo calados, depois que o "balde entorna", pensamos não há mais o que preservar. Engano nosso, ainda há. Salomão aconselha “O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias” (Provérbios 21:23), e também Tiago: “Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana seu coração, a religião desse é vã”(Tiago 1:26).
O silêncio pode ser remédio pra uns ao mesmo tempo em que é veneno para outros, e vice-versa.  E assim como remédio, certos pacientes, e determinados males carecem hora de doses homeopáticas dele, hora doses cavalares. Saber quando se calar e quando é necessário falar é que é a cura para os males. “Abre a sua boca com sabedoria, e a lei da beneficência estará na sua língua”(Provérbios 31:26)
Receber o silêncio como resposta às vezes num primeiro momento é tão duro quanto a resposta indesejada, e ficar em silêncio quando o coração está cheio também machuca muito. Mas às vezes é melhor não falar nada, mesmo quando precisa desabafar, nem dar resposta alguma, do que proferir palavras carregadas de ira pelo furor do momento, que só fomentarão a discórdia, pois  “..a língua branda amolece até os ossos” (Provérbios 25:15b).
Se seu silêncio é necessário, suas palavras podem causar males. Mas se o seu silêncio agride, suas palavras agem como remédio.
O vento na maioria das vezes é silencioso, ou sopra suavemente, e nem sempre é percebido, mas não deixa de refrescar, porque ele ainda está ali. E quando sopra com ímpeto destrói no caminho até o que extravia sua rota, porque não controla sua ação. São assim nossas palavras impensadas, ou sopradas sem destino. Elas atingem quem queremos e até quem não pretendemos, e pior ainda é quando fere quem jamais queríamos machucar.
Uma palavra impensada é como o vento que pretendia apenas passar por uma árvore, mas que depois que passou por ela é que percebeu que arrancou-lhe inúmeras folhas. Então, enquanto olharmos para trás veremos folhas caindo, e não conseguimos - por mais que desejemos - colocá-las de volta nos galhos. O que está feito, está feito! Podemos trabalhar pelo amanhã, nunca pelo ontem. Mas ainda assim, ele a Deus pertencerá.
Como ninguém, Salomão bem podia falar de sabedoria, e sendo um homem tão familiarizado com as palavras, ainda sim disse: “As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas...”(Eclesiastes 9:17). Ele não descreveu a sabedoria como as muitas palavras, mas com a ausência delas quando necessário. Assim como o dito popular: “ninguém perde por ficar calado”.
Não é que não devamos nos confidenciar com ninguém. Todo mundo precisa disso. Somos seres sociais, mesmo que alguns lutem contra isso. Mas o essencial, e as palavras mais duras, mais carregadas de raiva, rancor, ódio, mágoa, e todo sentimento mais feio que nunca quisemos sentir, devemos confiar só a quem interessa tratá-los: Deus PAI. Pois colo de Pai é tudo!
 “Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor”(Lamentações 3:26)

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
Leia também: Sincero Demais, Honesto de Menos, Sensato Nem Um Pouco

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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Vazio ou Cheio Demais?


 
É à ponderação que convergem todas as indagações humanas.
Não é de graça que nasceu o dilema de Hamlet na cabeça de Shakespeare: “Ser ou não ser, eis a questão?”, ou a “filosofia” do copo meio cheio ou meio vazio.
Quem nunca sentiu uma tristeza que o consumisse? Ou a falta de algo que não sabia o que era? Ou uma angústia avassaladora? Ou simplesmente medo sem explicação?
Já senti isso tantas vezes, e muitas vezes ainda sinto. A indagação para esses sintomas eu creio que seja: Preciso me encher ou me esvaziar?
Afinal, a que remete o que sentimos? Vazio? Ou a sensação de carga excessiva?
O que nos falta: Encher-nos de Deus ou nos esvaziarmos de nós mesmo? É difícil dizer, e eu não tenho uma resposta precisa, o que sei é que precisamos dos dois, e o equilíbrio é uma fórmula divina, sagrada e secreta, que nunca desvendaremos. Pendulamos entre os extremos de um gongo ensurdecedor, e por isso nos sentimos confusos, e até desorientados muitas vezes.
Fiodor Dostoiévski disse: "Existe no homem um vazio do tamanho de Deus." Sendo assim, como em um quebra-cabeça, só há uma peça de perfeito encaixe.
Do que você se sente cheio? Preocupação? Cansaço? Culpa? Tristeza? Medo? Tudo isso reflete uma visão de si para si mesmo, que nos faz carregar pesados e desnecessários fardos. Quando olhamos demais para nós mesmos, é isso que acontece, e o conselho bíblico é que não andemos ansiosos com coisa alguma(Lucas 12:22), e que entreguemos ao senhor as nossas ansiedades(I Pedro 5:7), e nos deleitemos em viver as reconfortantes palavras de Jesus: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimido, e eu vos aliviarei.(...)e encontrareis descanso para vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
E aos que estão se sentindo cheios demais, o conselho de Paulo em Filipenses 2 é que assim como Jesus, não observemos somente o que é nosso, mas também para o que é dos outros, e sejamos servos, nos esvaziando do nosso egoísmo e prepotência, ainda que nos seja conferida uma posição privilegiada. Precisa se esvaziar? Se encha! Encha do Espírito do Senhor, e portanto “seja menos! Carregue menos”. Pois se o fardo carregado é pesado demais, tenha certeza que não provém do Senhor o peso que estais levando.
Aos que se sentem vazios, Paulo também aconselha em Efésios 5-18: “enchei-vos do Espírito”. Precisa se encher? Esvazie-se! Se esvazie de você mesmo, das convicções infundadas, e de tudo que te afasta da comunhão com Deus e com seu próximo, e busque ao Senhor e ele te encherá.
Assim, o que a Bíblia nos orienta é que precisamos nos esvaziar pra nos encher, e como compôs Paulinho Moska: “O vazio é um meio de transporte pra quem tem coração cheio”(Música: Cheio de Vazio).


Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
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Leia também: Carregando Pedras

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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Justiça ou Vingança?


Um dia, ao final da Escola Bíblica Dominical, uma aluna procurou o meu marido e lhe fez a seguinte pergunta: Eu fui lesada por uma pessoa em quem confiava, agora, como eu sei que o quê eu quero é justiça ou vingança?
Eu nunca havia pensando a respeito, e esse questionamento que parece tão simples, na verdade é algo muito profundo e complexo. Desde esse dia estou pensando a respeito.
Eu entendo que a vingança consiste em querer retribuir algum dano da mesma forma que foi causado ou com maior intensidade. E que a justiça diz respeito ao desejo de imputação de pena cabível ao responsável por algum mal.
Na vingança queremos determinar, e quando possível até aplicar e/ou participar da aplicação da pena. Quando há justiça confiamos a quem é devida a responsabilidade da punição.
Deus porém é vingador e justo.
O Senhor é vingador porque Ele é quem determina que o homem seja retribuído do mal que fizer segundo a sua vontade, sabendo nós que a sua palavra sustenta a lei da semeadura: “colhe-se o que se planta”. Em Oséias 8:7, lemos o que muitos pensam ser apenas um ditado popular: “Porque semeiam ventos e segarão tormentas”. E cabe somente ao Senhor a vingança: “A mim me pertence a vingança”(Deuteronômio 32:35).
A vingança do Senhor é perpétua, como vemos em Êxodo 20:5, que diz: “...visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”. Tanto quanto o mau se propague, assim também sua mão o alcança para puni-lo.
A vingança só pode ser justa se proceder de Deus que é reto e justo.
Justiça é querer para meu filho, que matou o filho de outra pessoa, a mesma pena que acredito merecer aquele que matou um filho meu. Somos tão partidários como assumiu obviamente Getúlio Vargas certa feita: “Ao meus amigos tudo! Ao meus inimigos a lei”.
Deus é justo! Ele olha a causa de cada um, e julga com equidade, considerando tanto os bons quanto os maus caminhos que escolhemos. Em Romanos 12:17-21, Paulo nos exorta a não nos movermos por sentimentos de vingança, e retribuir com bem o mal que nos é feito, pois o Senhor é que retribuirá com vingança ao opressor. Em Hebreus 10:30, o autor repete a mesma frase e acrescenta: “O Senhor julgará ao seu povo”. Então não cabe a nós mirabolantes planos de vingança.
Ainda que somente em Deus haja plena justiça, Ele instituiu autoridades sobre nós, as quais legislam e executam suas leis. Sua palavra nos ordena que nos sujeitemos às autoridades e não temamos aos magistrados se fizermos o bem, mas se fizermos o mal, ele é ministro de Deus, vingador, que traz a espada para castigar o que o pratica(Romanos 13:3-4).
Na sua vingança Deus é justo! Veja a lei dada ao povo de Israel por intermédio de Moisés em Êxodo 21:23-24: “Mas se houver dano grave, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”. A vingança de Deus é justiça.
O importante é que sempre que nos entristecermos por ver a impunidade, nos lembrarmos de Deuteronômio 32:35, que vem: “...a retribuição a seu tempo...”, pois assim como Deus se lembra daqueles a quem prometeu vingança como Jezabel(I Reis 21:23, II Reis 9:30-37), Ele não esquece daqueles a quem prometeu justiça como Davi e Acabe(I Reis 2:3-4; 11:33-36;  21:25-29).
Desde esse Domingo eu fico pensando sobre os males que me foram causados, ou aos que eu amo - que é como se fossem em mim mesma -, e passei a me perguntar com frequência: “Senhor, o que quero hoje é justiça ou vingança?”
É que eu queria que houvesse um remédio imediato para dor que eu sinto, ou uma receita para curar minha ferida instantaneamente. Penso que talvez resolveria apertar um botão e deletar tudo que houve ou que rebobinasse o tempo e eu pudesse evitar os fatos. Mas eu sei que não há. E a verdade é que a maior dor que eu posso sentir é a da injustiça. Pois somente a justiça me tiraria o gosto amargo da impunidade que tenho que engolir. Mas peço a Deus, que se houver desejo em mim de tripudiar sobre ela, então que essa aconteça, mas que eu não a veja. Pois a certeza que carrego é que haverá justiça, a seu tempo, o tempo certo.
Meu desejo a você que lê esse texto é que haja justiça pra ti e que Deus o vingue! E aos que desejam vingança: Justiça!

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
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Leia Também: O Dia em Que Deus Desistiu de Uma Criança


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sábado, 11 de agosto de 2012

O Céu é Utopia



"Utopia é um termo inventado por Thomas More que serviu de título a uma de suas obras escritas em latim por volta de 1.516. Segundo a versão de vários historiadores, More se fascinou pelas narrações extraordinárias de Américo Vespúcio sobre a recém avistada ilha de Fernando de Noronha em 1.503. More decidiu então escrever sobre um lugar novo e puro onde existiria uma sociedade perfeita.
O 'utopismo' consiste na ideia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo absurdamente otimista de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem".(Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Utopia - Acesso em: 24 de Agosto de 2.011)
De acordo com a versão de vários historiadores sobre a inspiração de More, para conceber esse conceito podemos entender não como desejo quimérico apenas, mas como otimismo. Ouvir narrações acerca de um lugar maravilhoso - como nós mesmos sabemos que é -, paradisíaco e inabitado, poderia trazer esperança ao seu coração e ver as coisas do jeito que ele gostaria que elas fossem, e que sabia que poderiam ser. Isso não se trata de fantasiar uma realidade hipotética somente, mas a esperança de realização dessa crença.
More bem podia desejar viver numa realidade diferente da qual vivia. Católico, fiel à sua crença, negou-se a reconhecer Henrique VIII como cabeça da igreja na Inglaterra, discordou veementemente do seu divórcio por fidelidade às escrituras e por isso foi condenado à morte por decapitação. É considerado pela Igreja Católica como modelo de fidelidade à Igreja é à própria consciência, e representa a luta da liberdade individual contra o poder arbitrário.
 Pois é, ao contrário da forma que empregamos habitualmente, utopia não remete ao irrealizável, mas ao desejável distante do quadro real. É por isso que o céu é utopia.
A realidade que vivemos neste mundo é muito distante do mundo ideal que desejamos, por mais que haja coisas que nos agradem, mas no geral nunca nos satisfaremos com elas, porque a alegria que o mundo nos trás dura tanto quanto uma barriga cheia, e até quando a fome encontra banquete?
Para nós cristãos, a esperança da sociedade ideal está no céu, o lugar novo e puro que abriga a sociedade perfeita, lugar que Cristo prometeu após sua morte que iria preparar para nós(João 14:3).
Que o nosso coração não se conforme com a realidade que vivemos aqui, nos entregando aos destrutivos prazeres efêmeros, mas que desejemos mais: o céu. Então conservaremos nossa alma.
Eu quero viver essa utopia, e você?

P.S.: Quer conhecer um pouquinho da história de Thomas More? Assista o filme: O Homem que Não Vendeu a Sua Alma(1.966).

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
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Leia Também: Deus está Morto!

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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Gigante e a Borboleta


Havia no reino do Norte, um gigante guerreiro. Destemido, era conhecido por ser um grande conquistador que fazia jus ao seu nome: Valente. Ele colecionava vitórias. Já havia conquistado muitas terras e povos para o seu reino e seu objetivo era expandi-lo até o sul.
O gigante Valente saiu em direção às terras do sul, rumo a um pequeno lugar chamado Harmonia.
Harmonia era conhecida por sua agricultura e toda cultura do solo, como seus jardins, pomares e hortas.  O povo desse vilarejo era pouco, de pequena estatura, e frágeis, e definitivamente não sabiam lutar. No entanto, esse povo era muito unido e apoiavam uns aos outros em tudo quanto fosse necessário, quanto mais para defender Harmonia.
Apesar de não ser um grupo grande, e de serem física e belicamente menos favorecidos, Valente sabia que, no conjunto, os cidadãos de Harmonia eram praticamente imbatíveis, por causa da união que os afamara. Esperto como só ele e grande estrategista, Valente se pôs a estudar aquele povo, para descobrir como vencê-los.
Em seu exaustivo estudo, Valente é interrompido por uma veloz borboleta, que percebendo seus planos, lhe oferece uma solução:
- Eu sei como você pode vencer esse povo.
E Valente intrigado perguntou-lhe:
- E como você, tão pequena borboleta, sem experiência alguma em batalhas, poderá fazer isso?
Ela respondeu:
- Dê me uma chance e eu te mostrarei.
Valente, que acreditava não ter nada a perder, disse à borboleta que fizesse então do seu jeito.
A pequena borboleta animada se enturmou com aquele povo rapidamente. Ela ouvia suas conversas e participava de suas atividades diárias, e ficara tão íntima de todos que já opinava em suas decisões.
A borboleta, que inspirava confiança passou a ouvir confissões das pessoas de Harmonia, e saber dos problemas de todos. E assim a borboleta voava de uma casa à outra.
Valente assistia há alguns dias a rotina da borboleta no meio daquele povo, e pensava ter perdido seu tempo, pois ela não fizera nada a não ser se tornar amiga do povo de Harmonia.
Passado alguns poucos dias, e algumas idas e vindas da borboleta, Valente percebeu que os jardins e hortas de Harmonia se enchiam de ervas daninhas, as flores murchavam, hortaliças secavam, nos pomares as frutas apodreciam nos pés, e as árvores eram tomadas por pestes. Ao mesmo tempo, as pessoas de Harmonia começaram a brigar.
As pessoas não sabiam se deveriam se defender diante das acusações das outras, ou acusá-las também, e velhas amizades foram desfeitas, e confiança quebrada, e Harmonia esfacelava-se no caos, e seu povo nem percebia.
Valente ficou intrigado em assistir aquilo, e realmente ficou curioso pra saber o que a borboleta fez e no que aquilo iria dar. Foi quando ela, a pequena borboleta, voltou e se assentou junto à ele para assistir as pessoas se digladiando por causa do mau que esta plantara.
O gigante Valente não podia deixar de perguntar à ela:
-Afinal, o que você fez?
E a borboleta feliz e sorrindo, respondeu modestamente:
-Ah, nada de mais! Apenas ganhei a confiança delas, o que não foi difícil, pois são pessoas boas. Depois, dizia a uma o que a outra havia falado dela, e aumentava um pouquinho, e quando não havia nada inventava. Como as pessoas confiavam em mim, acreditavam no que eu falava, sem apurar a verdade.
E Valente perguntou:
-Mas as pessoas eram unidas, confiavam uma nas outras, e ainda sim acreditaram em você?
E ela respondeu:
-Por isso me uni a elas primeiro. Como já disse, eu ganhei a confiança delas.
Sem entender, Valente insiste:
-Então você nunca mereceu a confiança delas?
Mas a borboleta lhe responde.
-Você está começando a entender... E ela lhe explica:
-Uma coisa leva à outra. O povo começou a contender entre si por causa das coisas que ouviam a seu respeito, então os laços de confiança foram desfeitos, e a união pouco a pouco dissipada, e rompido um elo apenas que seja de uma corrente, a brecha se abre, daí você entra em cena: Eles são fracos, e estão desunidos, uma batalha assim, você nunca irá perder.
Mas Valente disse à borboleta:
-Olhe só para essa terra. Olhe suas plantações, pomares, jardins e hortas. Está tudo acabado! Você não destruiu apenas os relacionamentos entre as pessoas, mas tudo ao redor delas. Eu não tenho mais interesse aqui. Para tomar esse vilarejo e estabelecer o meu povo aqui nós teríamos muito trabalho para refazer tudo, e há solos que mesmo com muito trabalho provavelmente nunca mais serão férteis.
E a borboleta se despede então dizendo:
-O que você vai fazer com essa terra é problema seu, mas eu cumpri o que prometi.
E Valente diz:
-Realmente cumpriu, mas você não me disse o que quer em troca do seu trabalho?
E ela responde:
-Nada. Meu pagamento é a semente que semeio. É a minha natureza semear.
E Valente lhe faz uma última pergunta?
-Qual o seu nome Borboleta?
Ao que ela responde:
-Discórdia.

Semear discórdia nem sempre é uma consequência, às vezes é um exercício da própria natureza.

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
 
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