quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Galinha e o Ovo



Matilde era uma galinha de beleza esplêndida, esperta e muito cuidadosa. Morava no Rancho do Descanso, onde haviam outras tantas galinhas botadeiras e chocadeiras, como ela também queria ser. Queria mesmo, e as outras galinhas nem imaginavam o quanto Matilde queria botar um ovo.
- Um ovo, um pelo menos, um ovo apenas, um ovozinho ao menos. Era o que Matilde repetia, cacarejando pelos quatro cantos do rancho, para quem quisesse ouvir.
É que o sonho de Matilde era ser mãe. Ela queria ter ao menos um pintinho. Por isso, haviam dias em que Matilde passava horas sentada no ninho, esperando que seu tão sonhado ovo viesse.
Bastava um ovo para que Matilde já se considerasse mãe. Mas não era bem assim, é o que sabiam as galinhas chocadeiras.
Mas o dia chegou. E Matilde botou o tão sonhado ovo. E se contentou tanto com aquele, que nem se preocupou pensar que poderia ter mais.
A jornada de Matilde estava só começando, pois ovo não é pintinho, e afinal, ele não queria ser mãe?
Matilde ajeitou o seu ninho, limpou toda a sujeira, renovou toda a palha que o cobria, e abriu espaço para que seu ovinho não ficasse apertado, mas ajeitadinho dentro do ninho. Ela então, colocou o ovo no ninho, cobriu-o com feno bem quentinho, como se fosse um cobertor e se sentou em frente à ele. Ela resolveu que assim iria chocá-lo, pois se sentasse sobre ele poderia quebrá-lo, ou quando nascesse poderia machuca-lo.  
- Eu posso ficar aqui, horas sem parar, só olhando para você meu ovinho. Mamãe vai cuidar direitinho de você até virar pintinho.
Um dia se passou, e a galinha Matilde achou que a claridade em seu ninho poderia estar atrapalhando a chocar seu ovinho, então resolveu cobrir as aberturas de sua casinha.
No outro dia ela achou que fosse o barulho que atrapalhava, e providenciou uma forma de isolar o abrigo contra o som.
Depois foi o vento, outrora o galo, daí as outras galinhas, e o dono do rancho também. Para ela tudo atrapalhava seu filhote nascer. E o protegia do mundo.
A galinha Matilde passou tanto tempo tentando proteger seu ovo de tudo que acreditava ser ameaça, que não se deu conta de que o essencial era chocá-lo!
Os dias se passaram, e foram muitos. E quando já não havia mais ameaça alguma ao ovinho, Matilde permaneceu sentada novamente, só observando seu ovo, aguardando ansiosa seu pintinho. Porém, já era tarde demais, e foi quando o dono do rancho desfez o abrigo da galinha e tirou dali seu ovinho, que já estava podre após tanto tempo.
Matilde passara tanto tempo ali sentada, sem sair, sem comer, sem beber, sem ver a luz do dia, que nem conseguia levantar, e seus olhos não suportavam a luz do entardecer, suas pernas estavam tão fracas que não conseguia se levantar, não tinha mais fôlego nem pra cacarejar, e por isso, nada pôde fazer, a não ser assistir seu ovo ser levado.
- Pobre Matilde, queria tanto um ovo, que excedeu seus cuidados com ele. Pobrezinha Matilde, sufocou com tanto cuidado o que mais amava. Era o comentário entre as galinhas.
E o que Matilde poderia fazer agora? Seu ovo se fora, e com ele suas forças, e talvez seja ele também quem levara seu bom senso e ponderação.
E foi a sábia lagarta quem disse:
- Às vezes a melhor ajuda que temos é não receber nenhuma ajuda. Por isso, quando não aparece ninguém para me ajudar, eu me transformo numa linda borboleta.
O cuidado excessivo pode prejudicar mais que a falta de cuidado. Muitos daqueles que não tem quem lhes cuide se viram para sobreviver, enquanto os que recebem extremos cuidados não veem a necessidade se cuidarem.
Ajuda mais não quem poupa o outro do sofrimento, mas quem o ensina a lidar com ele. Existem dores que são necessárias: as dores do crescimento.

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral

  Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.



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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Conformismo



“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.(Romanos 12:2)


 Me lembro daquela propagando da Ford, do Fiesta 2.008, onde os personagens eram pessoas tão conformadas que em tudo que lhes ocorria exclamavam: “Tudo bem!” O locutor descrevia o desejo do protagonista, mas narrava que lhes sucedia o oposto à sua vontade e ele sempre com um sorriso falava que estava tudo bem. Ao final, o narrador dizia: Você já pode ser mais exigente!
Conformismo é, segundo o Houaiss, a atitude ou tendência de se aceitar uma situação incômoda ou de se acatar passivamente o modo de agir e de pensar da maioria do grupo em que se vive.
Conviver com quem reclama de tudo, realmente não é nada agradável. Sabe, aquela pessoa que reclama quando está frio, quando está quente também, se faz sol, e também quando chove, se trabalha aos sábados ou se tem feriado no meio da semana, aquela pra quem não existe meio termo, e pra quem os extremos sempre são inadequados? Então, talvez exista, mas ainda não conheço ninguém que tenha prazer em conviver com ela, pois isso incomoda muito.
Mas aqueles que não reclamam de nada, tudo está sempre bom, na medida, e balançar a cabeça concordemente é pra ele uma ginástica constante, a mim, esses também incomodam, e muito mais.
O comodismo é um ato de resignação, preguiça, passividade e desamor. Pois aquele que se acomoda, não o faz por se agradar, mas pela indisposição em divergir, ou por pela indiferença com a situação que não o agrada. E o amor nos inquieta diante as injustiça ou da insatisfação.
Não reclamar não significa necessariamente gratidão, e o contrário também é verdade. Quem disse que os conformistas não reclamam?
Os comodistas, ao contrário dos conformistas, se acomodam por acharem que as coisas estão muito boas do que jeito que estão; eles se preocupam com seu próprio bem-estar, são egoístas. Os conformistas veem as coisas que não lhes agradam, mas não se dispõem a lutar contra elas, e se submetem, inertes, às situações desagradáveis, vivendo, portanto, uma vida de insatisfação e vazio.
Temos visto a crescente perversão humana chegar a extremos absurdos, assistimos a igreja se esfacelando, as famílias sendo destruídas, o amor se esfriando, e nada disso nos agrada, mas nos conformamos em assistir apenas, sem nenhuma atitude para combater tais realidades. É verdade, cada dia mais nos surpreendemos menos com as notícias que vemos na TV da violência brutal entre as pessoas.
Quando Paulo escreveu aos Romanos: “E não vos conformeis com este século”(Romanos 12:2a), ele falava dos valores e ações da sociedade que ignora a vontade de Deus, dos sistemas impostos por ela e a reprodução desses males.
E equívoco de quem pensa o contrário, os espectros dessa sociedade adentram sutilmente a igreja, que displicentemente adere a eles, e qualquer oposição é vista como afronta e rebeldia, pelos que já se “acomodaram”. Muitas vezes, quando lutamos por aquilo que no desagrada dentro da igreja (desde que fundamentados na palavra de Deus), há aqueles que nos taxam assim, pois já descansam no leito do comodismo. Daí uma guerra é travada, e a vitória não depende só de quem tem mais fé, mas também de quem tem mais persistência e deteminação.
Se os não cristãos entendem que os cristãos são alienados por não se sujeitarem às leis do pecado que regem o “mundo”, e os classificam como bitolados, diante de Deus, pecamos por conformismo se nos submetermos a eles. Portanto Paulo nos orienta: Transformai-vos pela renovação da vossa mente”.(Romanos 12:2b)
Apesar de não podermos generalizar, mas o cristão é um ser pensante e cremos porque entendemos. A Palavra de Deus não está somente no nosso coração, mas na nossa mente.
Conhecer a palavra de Deus e nos embasar em seus princípios para romper com as cadeias dessa sociedade libertinária é nos transformar e à nossa realidade pela renovação da nossa mente.
Essa sim, é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus: não nos conformar com este século.
Então, você já pode ser mais exigente!


"O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."
 Martin Luther King

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral

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Leia Também: A Ovelha e o Lobo

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A ovelha e o Lobo




Num imenso pasto verde, em meio a um vale, descansava todos os dias um pequeno rebanho de ovelhas sob o olhar atento de seu pastor.

Muitas vezes o pastor, que tanto amava seu rebanho, dormia ali mesmo no pasto com elas, contemplando o negro céu estrelado no quase silêncio do vale.

No meio de todas aquelas ovelhas, havia uma que se chamava Cissa. Ele era ingênua e doce, porém inquieta e insatisfeita, sonhava em sair do pasto de seu pastor e conhecer o mundo.

O pasto era grande, porém havia cercas em todo seu redor, e Cissa passava seus dias perfazendo o caminho das cercas, de tanta vontade que tinha de transpô-las.

Matias, que era um lobo muito esperto, observava Cissa de longe, fazia tempo, e percebendo, através de sua repetitiva rotina, o seu desejo de sair do pasto, viu ali sua chance de um farto e delicioso banquete.

Logo, Matias providenciou com seus amigos, um disfarce de ovelha, e vestindo-se com ele, foi até a cerca, longe dos olhos do pastor para interceptar a pobre Cissa.

- Olá! Eu me chamo Matias. E você, como se chama? Perguntou Matias.

E Cissa lhe respondeu a pergunta.

- Então ele a indagou, como que inocentemente:

- Cissa, você vive dentro dessas cercas?

E cabisbaixa, a ovelha só teve que confirmar.

Essa era a oportunidade de Matias:

- Você não tem vontade de sair daí? Conhecer o vale aqui fora?

- E como tenho! Foi a resposta mais que imediata de Cissa. Sonho em ver como são as coisas fora daqui.

Então, encenando toda empolgação que não tinha, Matias descreveu lindas maravilhas afora das cercas que prendiam Cissa. Muitas sendo verdades, outras nem tanto.

E Cissa ficou com mais vontade ainda de se ver livre.

Matias arquitetou uma grande história para convencer Cissa de seu plano, para então levá-la para uma armadilha e comê-la. Foi pouco a pouco, conversa aqui, conversa lá, e tanta história, e risadas, e os dias se passaram e não foram muitos, mas Matias conseguiu convencer a ovelhinha de seu plano de fuga.

Depois de contá-lo, o lobo se ofereceu para durante a noite, quando o pastor estivesse dormindo, ajudá-la a fugir. E ela aceitou.

E assim o fizeram!

De madrugada, enquanto todas as ovelhas dormiam, e o pastor também, Cissa atravessou por uma falha que Matias fez na cerca e seguiu o seu caminho fora do pasto e toda sorridente.

Mas quando já estavam longe, Matias tirou seu disfarce de ovelha e preparou-se para abocanhar Cissa, e ela então assustada clamou:

- Por favor, não me coma. Pensei que você também fosse ovelha, e agora se apresenta como lobo e quer me comer.

E a resposta de Matias foi:

- Era pra você imaginar que eu não era ovelha. Um pastor cuida bem de suas ovelhas, e não as deixa perdidas, porém você que não é digna de ser considerada ovelha, pois uma ovelha de verdade tem prazer de estar com os seus e é grata pelo cuidado de seu pastor, e além do mais, uma ovelha conhece quem não o é.

Após comer a ovelhinha, Matias, ainda diz:

- Pobre ovelhinha, uma vida inteira e não compreendeu que as cercas eram para protege-la e não prendê-la.

Assim é a vida cristã, os limites que temos nos protegem e poupam dos males maiores, e cada um pode deixar o pasto quando quiser, pois: “Toda ovelha é livre dentro de seu pasto!"



“E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 

Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.

Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;”(João 10:4-5,14,27)


Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
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Leia Também: Como eu Quero...

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