Não importa
quanta fé você tenha, e quão firme e inabalável ela seja, toda alma passa por
seus “invernos”.
O inverno
remete a um período frio, onde as noites são mais longas e os dias mais
sombrios, e há uma maior passividade à nostalgia e saudosismo.
Quisera nós
fôssemos como inúmeras espécies animais que hibernam durante todo o inverno. Se
pudéssemos fechar os olhos durante cada dia negro e só abrir ao despontar dos
raios de sol... E a pior parte é que o inverno de cada alma tem sua duração
peculiar. Variando de dias, meses, chegando a anos.
Assisti a um
filme com esse título, que mesmo não tendo gostado, ressalto a estória que me
deixou a pensar: Uma menina de 17 anos
recebe um policial à porta de sua casa, o qual lhe questiona o paradeiro de seu
pai. Através dele, ela descobre que seu pai, traficante, dera a casa(único bem
da família) em penhor por sua fiança, e que se ele não comparecer para depor em
poucos dias, a casa lhes será tomada. A adolescente com uma mãe louca e dois
irmãos, um de 12 e uma de 6, e uma casa desprovida até de alimentos sob sua
responsabilidade, se vê sem alternativa senão ir à procura desse pai,
renunciando seu sonho de servir ao exército. Em sua busca triste, dolorosa e
sombria, a garota acaba descobrindo que o pai estava morto e que sua saída é
comprovar tal fato. Ao final, após espancarem friamente a protagonista, os
responsáveis pelo assassinato de seu pai – diga-se de passagem: seus familiares
paternos - a levam até o rio onde afundaram seu corpo e a fazem cortar sua mão
para que ao levar à polícia para exames propícios confirmem sua morte.
Bom, o filme se
passa realmente no inverno, ou pelo menos sob baixas temperaturas. Mas não é
desse inverno que se trata o título exatamente, mas sobre a frieza e dureza da
sombria busca de Ree(a adolescente).
Passar pelo
inverno é sem dúvida indesejado por qualquer um, mas se Deus lhe confere o
inverno, não há nada melhor a fazer do que enfrentá-lo, assim como a uma
tempestade.
O “Inverno da
Alma” é uma estação de vazio, solidão, incerteza e insegurança. Há na Bíblia
inúmeros exemplos de servos de Deus fiéis que enfrentaram tal estação, porém o
importante não é citar quem passou por ela e sim como passou. Há um belo
exemplo a meu ver de alguém que sofreu recorrentes invernos, e que tirou de sua
dor os seus mais belos escritos que consolam a alma de aflitos que vivem
momentos tenebrosos: Davi.
Davi escreveu
no Salmo 55: “Dá ouvidos, ó Deus, à minha
oração; não te escondas da minha súplica. Atende-me e responde-me; sinto-me
perplexo em minha queixa e ando perturbado, (...). Estremece-me no peito o
coração, terrores de morte me salteiam; temor e tremor me sobrevem, e o horror
se apodera de mim”. Fico pensando se essa foi apenas uma oração de Davi ou
se tornou pra ele uma reza em dias de inverno, pois durante o mais duro inverno
que minha alma viveu até o momento, lembro-me quantos dias, e muitos dias,
essa, tão somente essa, era a minha oração, além das palavras: “Tem
misericórdia de mim o Deus!”.
Outras palavras de Davi ora ou
outra também ecoam em minha mente: “Mas eu, como surdo, não ouço e, qual mudo,
não abro a boa. Sou, com efeito, como quem não ouve e em cujos lábios não há
réplica”(Salmo 38:13-14). A dor de Davi fora tão grande em dados momentos, e a
situação tão adversa que nada podia fazer a não ser se calar, e fazer-se de
surdo, pois não podia ou de nada valeria sua contestação. Ás vezes a única
coisa que podemos fazer é esperar, como ele o fez: “Pois em ti, Senhor, espero; tu me atenderás, Senhor, Deus meu”(Salmo
38:15).
Mas sábias
palavras também escrevera seu filho Salomão em Eclesiastes 7:3: “Melhor é a mágoa do que o riso porque com a
tristeza do rosto se faz melhor o coração”. Salomão escrevera como perito
de tal argumento, porque encontra em sua própria história pessoal e familiar
solidez para sua tese.
Deus nos dá
dias de alegria e dias de tristeza também, não estamos isentos de passarmos por
tempestades de inverno, e muito menos de sairmos ilesos delas, porém há propósito em ambos, e se há sorrisos no dias de
verão é porque os dias de inverno anteriormente foram enfrentados.
“No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade,
considera em que Deus fez tanto este como aquele(Eclesiastes 7:14a)”.
Eu suscito a
velha lição da lagarta que necessita de seus dias de casulo para que se torne
uma deslumbrante borboleta. Ela não dorme, muito menos hiberna, ela constrói
seu casulo, sua própria prisão, e nela aguarda ansiosa, não ociosa, mas inerte,
até que sua transformação se complete.
Só de escrever
sobre os “Invernos da Alma”, sinto o vento frio bater em minha janela, e o
ressoar das cortinas balançando...
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
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Minha querida Brunna
ResponderExcluirQue alegria e que privilégio sermos brindados por tão belas e enriquecedoras palavras no seu blog!
Com certeza este é um espaço abençoado!
Muito sucesso!!!
Já sou fã.
Bjs
Que honra Silvania vc ler o q escrevi. Todo elogio vindo d vc tem um peso maior.
ExcluirBjus
Parabéns pelo texto, Brunna!
ResponderExcluirÉ reconfortante lembrar que o inverno é uma experiência que todos nós temos que enfrentar na vida.
Amei o blog, só falta a opção pra seguir.
;)
Escreva mais, que tal umas poesias suas?
Deus te abençoe!
Oi Herisson
ResponderExcluirResolvi postar alguns textos. Vou escrevendo e guardando. N~so faz mto sentido né?!
Qto às poesias deixo pra vc e Silvânia, pois garanto que o fazem com maestria.
Vou aprender a usar o blog direitinho, e aí edito as opções.
Bjus
Que lindo!!!Que Deus continue te fortalecendo!!!
ResponderExcluirBrunna, adorei!!! Muito bom. Que este blog sirva para confortar e engrandecer a alma de todos os que passarem por aqui. Deus abençoe
ResponderExcluirQuerida filhinha, ainda bem que o inverno, assim como as demais estações, é passageiro, mas também necessário.
ResponderExcluirSempre estarei espiando teus retalhos.
Bjs
Que seja uma semana abençoada.
Inté...
Eu gostei imensamente de seu texto! Tem verdade nele. Você conseguiu fazer um texto doce, sem ser piegas. Abraços
ResponderExcluirObrigada Célia!
ResponderExcluirAbraços
Realmente o inverno é sombrio, mas louvo a Deus por saber que Ele não nos abandona independente da estação que venhamos a nos encontrar, as vezes o céu parace estar de bronze, mas vale a pena servir a Deus, texto sábio.
ResponderExcluirBjos e continue com Deus!
http://honrandoochamado.blogspot.com.br
Obrigada Nágila!
ExcluirAbraços