Dois
amigos aventureiros, um dia resolveram fazer uma trilha numa floresta bem
conhecida na região. Dentro daquela floresta havia uma pedra muito alta, na
qual as pessoas se aventuravam a escalar.
Os
dois, saíram logo cedinho, num Domingo, preparados, com suas mochilas
carregadas com tudo que eles precisariam para o passeio: água, comida, protetor
solar, kit de primeiros socorros, câmera fotográfica e tudo mais quanto
julgaram necessário. Eles tomaram o cuidado de não esquecer nada essencial,
porém sem sobrecarregar com peso a mochila que deveriam levar nas costas
durante todo o trajeto.
E
assim saíram, alegres e empolgadas com o programa que há tempos vinham
planejando.
A
estrada era longa até que chegassem à pedra, e representava uma boa parte do
trajeto que incluía céu aberto, mata fechada, pastos íngremes, riachos, e uma
miscelânea de solos e flora.
Logo
ao iniciarem a trilha, um dos jovens tropeçou em uma pequena pedra, que lhe fez
parar a caminhada. Ele abaixou-se, pegou a pequena pedra e disse ao amigo:
-Vou
guardar essa pedrinha em minha mochila, como recordação do nosso passeio, que
poderia ter sido interrompido ainda no princípio por ela, caso eu tivesse caído
e me machucado.
E
assim o jovem o fez, guardou aquela pedra em sua mochila.
Um
pouco mais andaram e se equilibrando entre pedras para atravessar um pequeno
riacho, aquele jovem teve que encontrar em si habilidade para tanto. E mais uma
vez, ele guardou um pedra, aquela em que ele achara mais difícil se equilibrar.
Nem
um terço do caminho andado e aquele jovem que parecia ser encontrado pelas
pedras do caminho, observou que não cabia mais nenhuma pedra em sua mochila a
não ser que começasse a se desfazer dos pertences que trouxera de casa. E um a
um, ele foi se desfazendo deles, substituindo por pedras, que ele tomara como
troféus na dura trilha.
O
jovem que carregava a mochila repleta de pedras se viu cada vez mais devagar no
caminho, e seu amigo - que ele mesmo aconselhara a segui seu ritmo normal de caminhada
- cada vez mais distante. Ele já estava cansado e ofegante, e parava a cada
pequeno trecho do caminho, e em cada parada mais uma pedra que “quase” o
atrapalhara ia para mochila.
O
dia foi longo, e o caminho mais longo do que realmente era tanto para o jovem
que carregava a mochila de pedras, quanto para o seu amigo, que por vezes
diminuía seus passos e parava para que a distância entre ele e seu companheiro
de estrada diminuísse.
Quando
o primeiro jovem chegou à montanha, ele sentou-se para esperar seu amigo, que
já vinha quase se arrastando na estrada. Ao chegar, com o pouco fôlego que lhe
estava restando, ele disse:
-Amigo,
eu paro por aqui, estou muito cansado. Não aguento mais! Você está muito mais
bem preparado fisicamente do que eu, agradeço por ter parado para me esperar,
pode continuar sem mim.
Ao
que o amigo lhe falou:
-Eu
não estou mais bem preparado que você. Eu consegui chegar por que só trouxe na
bagagem o essencial, enquanto você carregou pedras até aqui, e cada vez mais
uma, que foram tomando o lugar de tudo que te sustentaria até aqui, sem você ao
menos se dar conta de que se desfazia dessas coisas, e até esqueceu a
importância delas. O que te impediu foi guardar tudo aquilo que você pensava
que “quase te derrubou”.
Imagine,
carregar pedras para fazer uma trilha? Parece absurdo, mas quantas vezes
fazemos isso. Como? Carregando mágoas e ressentimentos por coisas que os outros
nos fazem, por planos que foram frustrados, por ideias que não agradaram. Às
vezes carregamos para não magoar ninguém, outras porque fomos magoados por
alguém, e até porque magoamos os outros. Fazemos isso quando insistimos em
remoer o passado, em trazê-lo vívido em nossa lembrança, ao não conversar sobre
problemas que precisam ser discutidos, ao não perdoar aqueles que nos ferem.
Às
vezes enchemos tanto a mochila de pedras, que não nos damos conta de que pelo
caminho vão ficando coisas essenciais como nossa alegria, ânimo, disposição,
bondade, humildade, fé, e tantas coisas maravilhosas que são destruídas por
todo ressentimento alimentado.
Aqueles
que carregam fardos pesados demais acabam se afastando dos outros e afastando
os outros deles, e hora ou outra estacionam no caminho.
As
pedras que carregamos não são só sobrecarga na nossa bagagem mas criam uma
barreira entre nós e Deus, e o culto que a Ele prestamos: “Portanto,
se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai
reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”(Mateus
5:23-24).
Se
você está desanimado, triste, sem forças, ansioso demais, medroso, inseguro, se
o peso que carrega parece aumentar a cada dia, se seus passos estão cada vez
mais lentos, e você está cada vez mais cansado, o que acha de sentar e
descarregar a mochila?
Sigamos
o conselho de Paulo ao Filipenses: “...esquecendo-se das coisas que para arás
ficam, e avançando para as que estão adiante de mim, prossigo para o
alvo...”(Filipenses 3:13b,14a).
Eu
lhe faço um desafio, jogue a primeira pedra fora: a da vergonha, medo, ou
soberba, compartilhando esse link com alguém te machucou com a seguinte
mensagem: “Tome de volta sua pedra”, mostrando assim que o perdoa e está
disposto a não remoer mais o passado.
Caso
alguém carregue uma pedra pelo que você tenha lhe feito, então envie o link com
a mensagem: “Devolva minha pedra”, demonstrando assim que reconhece sua falha e
almeja perdão.
“Tome
de volta minha pedra”:
http://saosoretalhos.blogspot.com.br/2012/09/carregando-pedras.html
Ou
“Devolva
minha pedra”:
http://saosoretalhos.blogspot.com.br/2012/09/carregando-pedras.html
Ninguém passa pela vida ileso, todo caminho tem pedras, cabe a vocês escolher passar por elas e continuar a caminhada, ou recolhê-las e acabar sendo detido por elas.
E
eu vou devolver e recolher algumas pedras por aí...
Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
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Obrigada!
muito oportuno o seu texto,eu acho que carrego bagagem desnecessaria...tenho pedido a Deus que me liberte de coisas do passado...
ResponderExcluirReconhecer o excesso de bagagem já é um bom princípio Cildinha!
ExcluirAbraços querida
NOssa, que texto lindooooooo!!! Quanta sabedoria fluiu de vc! Obrigada por compartilhar comigo!
ResponderExcluirObrigada Giovanna! Eu que agradeço por ler!
ExcluirAbraços
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBom texto Brunna e a iniciativa a partir dele, fantástica.
ResponderExcluirDe quebra, o blog tá um show, layout lindo e prático.
Parabéns, é você melhor do que nunca.
Obrigada Herisson!
ExcluirVc é sempre suspeito!...rs
Abraços