terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Porquinho que Ousou Olhar Para Cima


 Fedroso era um porquinho muito brincalhão, inteligente e curioso. Feliz por ser feliz apenas. Ele tinha orgulho de ser quem era: um porco! E nem se incomodava ainda com as implicações da vida na sua tão tenra idade.
Ele morava em uma fazenda, onde havia muitos animais, inclusive outros porcos.
Um dia, enquanto Fedroso procurava seus amiguinhos porcos com os quais brincava de esconder, ouviu em meio a muitas gargalhadas a conversa de outros animais:
-Coitado dos porcos, nascem com destino traçado: a panela! Hahahaha! Disse a vaca. Ainda bem que eu tenho o meu leite, que me garante vida longa e folgada!
E a galinha:
-Pois eu tenho meus ovos, extremamente necessários à alimentação de toda a família do fazendeiro.
Já o cavalo, debochado como ele só acrescenta:
-É por isso que eles só olham para baixo! Hahahaha!
E o jumento:
-Dizem que é porque a mãe é uma porca! Hahaha!
E os animais se esbaldavam chacoteando os vizinhos porcos.
Fedroso ficou tão perplexo e angustiado ao ouvir toda aquela conversa, que esqueceu-se de sua brincadeira. Então, foi falar com sua mãe:
-Mãe, é verdade que um dia vamos todos para panela?
E sua mãe atônita lhe perguntou:
-Quem disse isso filho?
E ele refez a pergunta:
-Só me diga: É verdade mãe? Nascemos destinados a isso?
Então a mãe se viu diante da necessidade de conversar com seu filho precocemente sobre o que toda mãe porca adiava.
-Filho, que nascemos é certo, e que morreremos também. Assim o é com todos os seres vivos, sejam animais, plantas, ou seres humanos. Mas ninguém sabe o dia de nosso fim, a não ser, quando muito, o fazendeiro. Então ninguém sabe como, nem quando será esse dia. Mas o importante meu filho é que a que serviu sua vida não está necessariamente no dia, ou forma de sua morte, e sim, no que você fez no intervalo entre esses dois momentos certos, que podem inclusive acontecer no mesmo dia: nascimento e morte. Aí estará seu legado.
-Mãe, mas eu sou só um porco, e nem sequer consigo olhar para cima...
-Filho, você não é só um porco, é um porco, entendeu?
E o porquinho ficou pensando no que a mãe disse, e assim se passou um dia inteiro.
No dia seguinte, Fedroso subiu no cocheiro, de onde via o cavalo e perguntou:
-Sr. Cavalo, o senhor é um dos mais inteligentes dos animais da fazenda, e eu o admiro, poderia me responder uma pergunta?
E o cavalo, envaidecido, com seu ego inflado, lhe diz:
-Como não?! Provavelmente eu serei o único animal que poderá te responder mesmo.
E humildemente Fedroso pergunta:
-O senhor acha que posso conseguir ver o céu?
E com uma risada sórdida, ele responde:
-Talvez no dia em que você se tornar um cavalo. E explica-lhe: Vocês não tem vertebras longitudinais, que impedem que vocês virem o pescoço, então só podem olhar para baixo e para frente.
E o insistente porquinho:
-Mas e seu eu conseguir olhar para cima?
Mas a resposta do Cavalo foi somente uma risada.
Então Fedroso começou a sua busca por um meio de olhar para o céu. Foram tantas as tentativas, e tantas quantas foram também as risadas debochadas dos animais que assistiam a cena do porco que queria ver o céu, ao ponto de seus próprios colegas porcos caçoarem junto e a cada tentativa sentarem acreditando que estavam para assistir   mais um fracasso do porco. Aliás, nenhum porco entendia porque ele queria ver o céu.
Um dia, quando Fedroso se preparava para subir num caixote e encaixar seu pescoço numa engenhoca que projetará para o fim que almejava, ele tomou um grande tombo, e podia se ouvir ao longe as gargalhadas da plateia que aumentava a cada dia, mas nenhum animal se preocupara em saber se ele havia se machucado.
Alguns minutos depois, os risos foram diminuindo, porque fora se percebendo que o porquinho que caiu não se levantara. De repente, um colega porco correu para ver o que acontecera, e encontrou Fedroso, deitado, de barriga para cima, em meio à palha que amortecera sua queda, com os olhos brilhantes refletindo o céu.
O porco amigo parou admirado, assistindo a cena que o emudeceu, até que um grito irrompeu o silêncio de todos os animais que aguardavam para saber o que acontecera com Fedroso:
-Ele conseguiu!
Nenhum animal acreditava, e agora surpresos, muitos diziam:
-“Eu sabia que ele conseguiria”. “-Ele é muito persistente, uma hora daria certo”...
E por conseguir superar os limites impostos pelos que não acreditavam na busca por uma alternativa, e no descrédito e zombaria dos outros, e na conquista alcançada, Fedroso ficou ali por muito tempo, contemplando o céu que nunca vira antes, acreditando que encontrara o sentido de sua própria vida: Acreditar em si mesmo apesar dos outros!
Quando sua mãe o felicitou, ela disse:
-Satisfeito filho? Já fez algo significativo que desse sentido à sua existência.
Ele respondeu:
-Não mamãe, eu descobri que esse foi só o pontapé para minha busca, porque o que eu procurava era apenas esperança apesar das possibilidades.
Já pensou no sentido que você tem dado à sua existência? Pois ousadia é a marca daqueles que acreditam que podem fazer aquilo que os outros dizem que não!
A vitória nos instiga a continuar, mas a derrota deve nos impulsionar à ir além, pois muitas vezes é errando que encontramos o caminho. Pois a resposta pode estar nos meios simples...

Leia Também: Encontrando Deus

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6 comentários:

  1. lindo o texto!como todos q lí até agora..
    sou como esse porquinho ñ deixo de sonhar jamais.
    parabens minha amiga.

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  2. Muito bom! por um instante imaginei que o porquinho havia quebrado algum osso fazendo com que pudesse ver o céu em seus últimos momentos de vida, porém com um final desses a verdadeira moral se perderia

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  3. Uma coisa interessante do texto é que ele não tem aquelas chatas e hipócritas mensagens cristãs como muitos textos do tipo por aí. Parabéns, gostei muito.

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    Respostas
    1. Obrigada TD!
      Concordo com vc, como em qualquer nicho, no meio cristão também há muita hipocrisia, porém devemos ter muito cuidado em interpretar ao nosso modo o que os outros falam e/ou escrevem, pois a mensagem do Evangelho é Pura, Santa e Verdadeira!

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  4. envie seus artigos para o Mhyx

    http://mhyx.blogspot.com.br

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