O Problema é Meu!

“Se Deus pensasse apenas em si mesmo e para si recolhesse o Seu espírito e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó”.(Jó 34:14-15)

Me impressiona o quanto somos da boca pra fora, o que não somos da porta pra dentro. São personalidades bipolares, pois uma é o extremo oposto da outra. O problema é que uma existe em teoria e a outra de fato.

Às vezes eu converso com algumas pessoas e vejo o que elas dizem e como se portam, e também as coisas que fazem, mas quando vejo o que publicam em seus blogs, redes sociais, e afins, nem acredito que se trata da mesma pessoa.

A impressão que hora tenho é que a mão direita bate e a esquerda afaga. E não sei se pior ou melhor, mas a mão direita e a esquerda nem se conhecem pelo visto.

Que o nosso humor penda aos extremos, tudo bem. Que escorregamos no caminho, isso é fato. Que temos defeitos que queremos esconder também é verdade! Mas se nossas atitudes não são condizentes com nosso discurso enganamos a nós mesmos! E daí a pergunta: Fingir ser quem não somos demonstra nosso “novo nascimento”?

Viver de modo que agrada a todos é impossível! E nem deve ser o que buscamos. No entanto, viver não se importando com ninguém é uma atitude de pleno egoísmo.

Davi, no Salmo 69 clama a Deus mais uma vez por socorro, e descreve a pressão e até exaustão(versículo 3) que sofria, como o fizera em outros escritos, mas algo a ser destacado nesse salmo é a preocupação de como sua vida era vista pelas pessoas, e como isso importava para ele.

No versículo 4, ele diz que há muitos que o odeiam sem razão, e que são seus inimigos por falsos motivos, e como resposta, ele relata que por tal motivo restituiu o que não furtara. Ou seja, ainda que sem culpa, ele se dispõe a reparar aquilo do que é acusado.

E ele prossegue justificando que o Senhor o conhece e também as suas culpas(versículo 5). Então no versículo 6, ele roga a Deus: “Não sejam envergonhados por minha causa os que esperam em ti, ó Senhor, Deus dos exércitos; nem por minha causa sofram vexame os que te buscam ó Deus de Israel”(Salmo 69:6). Ainda que submergisse em tristeza, que lhe causasse sofrimento padecer injustiça, e até repudio pelo que não cometera, que houvesse que reparar o mal que não causara, e que houvesse esperança na justiça e punição divina, Davi ainda sim lembrou-se que em sua conduta testemunhava sua fé e renovava a esperança daqueles que criam no Senhor.

Já que a injustiça era feita e calúnias levantadas, Davi poderia muito bem “chutar o pau da barraca”, e fazer o “que desse na telha”, pois não convenceria aos seus acusadores de sua justiça e piedade mesmo, mas ele manteve sua postura fiel, pois não seria ele quem submeteria à infâmia o nome do Senhor.

Poderia Davi pensar: Problema é meu, a vida é minha, faço o que quero! Mas a atitude do cristão nascido de novo é a descrita por Paulo: “vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”(Gálatas 2:20).

Evangelizar é também ter a preocupação de ter uma vida de testemunho e piedade que não traga vergonha ao nome do Cristo da cruz.

Quando vivemos em unidade sua vida também é problema meu, e a minha vida é problema teu, já que cremos que somos todos um. (“...que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. João 17:21)

Então, aqueles que pregam as boas novas, e vivem sem se preocupar com quanto  ou como isso afetará a vida das pessoas, apregoa uma verdade que não vive. Daí ficam as perguntas pra mim e pra você: Eu escrevo o que eu sou? Eu sou o que escrevo? O meu perfil virtual condiz com meu testemunho?

Brunna Stefanya Leal Lima Cabral

 
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.

 

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