Vivemos num
sociedade inquieta e inconstante, ávida por transformações e reformas internas
e externas. E que ironicamente acontecem.
O mundo tem uma
cara nova todos os dias, basta ler um jornal ou revista, ou assistir ao
noticiário e lá estará estampado seu rosto metamórfico.
Ainda que a
cada dia seja lançado um novo estilo de roupa, uma moda diferente de calçados,
um novo cosmético que camufle ou combata imperfeições que se deseja esconder,
uma técnica inovadora de ter o cabelo dos sonhos, ou se crie uma nova técnica
de cirurgia que amenize ou extingua características físicas indesejáveis, essa
sede nunca será saciada. Ao contrário, ela só cresce a cada dia.
Vivemos a “era
das ciências”, tais que se multiplicam a cada dia, na mesma medida que se
multiplica a vaidade(vazio) humana. A ponto de mesmo o homem tendo conhecimento
de que está destruindo a cada dia o mundo que o sustenta e suas propriedades
que o mantêm vivo, ainda assim, esse processo se torna mais veloz e agressivo a
cada dia.
Pedro e João,
nos primórdios da igreja tem sua trajetória narrada em Atos. No início do
capítulo 4, quando falavam ao povo, uma comissão de sacerdotes, saduceus e o
capitão do templo os surpreendem e os prenderam. Em seguida eles são
interrogados acerca do motivo ou mandante de seus atos. Pedro, intrépido e
crédulo do quê, porquê e por quem discursava ao povo, respondeu veementemente
pleno de seus argumentos. Ao ouvir então as palavras de Pedro, e considerando a
situação e o dano que um pequeno ato poderia lhes causar, aqueles homens os
ameaçaram ordenando que não mais falassem ou ensinassem em nome de Jesus. Pedro
e João, tocados pela experiência que tiveram com Cristo, e mesmo sabendo que
isso poderia lhes custar a vida, vorazmente responderam: “Pois nós não podemos deixar de
falar das cousas que vimos e ouvimos”(At 4:20). E não acharia excessiva
uma exclamação ao final da frase.
O doutor em
Pedagogia Jorge Larossa Bondía, professor na Universidade de Barcelona,
escreveu um que se pode chamar “tratado sobre a experiência”, e a definiu
assim:
“A experiência é o que nos passa, o que nos
acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, não o que
toca”.
Ele defende a teoria de que
muitas coisas acontecem ao nosso redor, mas pouco nos acontece. Segundo ele,
Walter Benjamim, filosófo e sociólogo judeu alemão, em um texto celébre, já
observara a pobreza de experiência que caracteriza nosso mundo.
As
concepções do Dr. Larossa, não poderiam fazer tanto sentido quanto quando
assestadas às palavras dos apóstolos Pedro e João citadas acima.
Entre
os 5 mil convertidos, podemos crer que muitos já haviam ouvido Jesus falar, ou
sabiam algo acerca do que ele fizera ou falara. Talvez a cura do coxo à porta
do templo não era o primeiro milagre que alguns haviam testemunhado. Mas apesar
de tantos sinais e maravilhas já manifestos, e as palavras dos apóstolos serem
pra muitos redundantes, houve algo diferente para cada um naquela multidão
naquele dia.
Alguém
já dissera, não precisando exatamente suas palavras, que certas verdades após
conhecidas, nunca mais podemos viver sem elas. E vou mais longe, se as
negarmos, nunca mais poderemos “conviver” com elas. Pedro ilustrou isso,
colocando sua cabeça a prêmio, não só assumindo suas palavras como as
reafirmando e endossando com exortações sagazes. Para ele não importava morrer
pelo que cria, pois havia sido tocado por aquela verdade. Havia vivido de fato
uma experiência que transformara sua vida.
Pedro
e João mais do que “ver e ouvir”, viveram aquela experiência, foram tocados por
ela. Eles passaram por uma transformação que se traduzia em seu caráter, sua
forma de agir e principalmente na forma de amar as pessoas e enxergar o real
valor da cada uma e se dar por elas, para que mesmo com sua morte, eles a
alcançassem, vivessem a mesma experiência.
A
“metamorfose” que eles viveram não os deixaram nem mais magros, nem mais
gordos, nem mais fashion ou descolados, mas os tornou capazes de amar seu
próximo a ponto de querer repartir com ele a alegria das boas novas de
salvação, mesmo que o preço fosse alto. Pois não há quem realmente conheça a
Cristo e seja por Ele tocado, que consiga viver só pra si, e que ainda sinta
por dentro um vazio consumidor e que incansavelmente busque preenchê-lo com
artifícios efêmeros.
Caso deseje citar integral ou parcialmente este texto, favor citar a autora e a fonte, exceções conceituam-se plágio.
Brunna Stefanya Leal Lima Cabral
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Metamorfoses, mudanças... O mundo precisa de Metanoia!
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